sábado, 28 de setembro de 2013

POÉTICA ARQUITETÔNICA

Assim como o poeta transmite sensações através de suas palavras, os arquitetos estimulam sensações através de seus projetos e construções. Por influenciar diretamente a vida das pessoas, a arquitetura deve, através de suas ideias e ações, levar em consideração as necessidades de seus usuários e fazer com que estes se sintam confortáveis no ambiente que habitam.
Para colaborar no entendimento da arquitetura e do urbanismo no cotidiano das pessoas, este artigo apresenta o projeto de extensão de “Publicação em Arquitetura e Urbanismo” da UFFS, e sua intenção em colaborar com este periódico. O Grupo é formado pelo professor Marcos Sardá Vieira e pelos graduandos de Arquitetura e Urbanismo, Kauê Lima de Souza, Manoela Osmarini, Rafael Garbin e Paula Gomes. Tratando sobre as áreas livres, públicas e privadas, este Grupo espera apresentar conteúdos críticos e significativos sobre o espaço físico de Erechim.
De acordo com o educador norte americano Marshall McLuhan, quando afirma que “o meio é a mensagem e nós somos o que vemos”, acreditamos que através da arquitetura possamos compreender mais sobre nossa realidade. Percebendo a arquitetura e a maneira como a cidade se materializa, visamos permear alguns questionamentos, entre os quais, sobre a forma como a cidade se apresenta, a relação espacial das necessidades dos usuários, sobre a caracterização de um espaço acessível, entre outros assuntos relativos a ambiência urbana.
Nesse sentido, a poética da arquitetura será levada em consideração, pois buscamos evidenciar a relação espacial e dimensional levada ao ambiente urbano, através das praças, parques e demais áreas livres. Em geral, junto do espaço edificado, estas áreas refletem a qualidade de vida da sociedade e, ao mesmo tempo, condicionam o comportamento de seus habitantes.
A cidade, em seu espaço urbanizado, apresenta cenários públicos e privados, propícios para as transformações sociais, tornando possível o desenvolvimento das atividades humanas, das relações criativas e a formação dos laços que definem a cultura e a identidade local.
Com isso, entendemos que o projeto de extensão “Publicação em Arquitetura e Urbanismo” vem para acrescentar informações e conteúdos sobre a cidade. A intenção é aproximar a discussão acadêmica da comunidade e, com isso, instigar a discussão sobre os problemas urbanos que, muitas vezes, passam despercebidos pelo consciente coletivo. Tendo a arquitetura e a cidade como suporte para as atividades e interações sociais, finalizamos com a frase do mestre Oscar Niemeyer, onde diz que "o mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar".

Autoria do Grupo
PARK - Publicação em Arquitetura e Urbanismo
Projeto de Extensão em Arquitetura e Urbanismo – UFFS
park.urban.design@gmail.com

Publicado no Jornal Bom Dia - Erechim/RS - 23 de maio de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A ESSÊNCIA DA ARQUITETURA NA CIDADE

A arquitetura é uma área de atuação que faz comunicação com as artes, na expressão visual, no suporte de idéias e estilos que marcam um período. Ao mesmo tempo, atende aos aspectos funcionais e técnicos, quando empreende uma obra com base em suas necessidades utilitárias e construtivas.
Ao arquiteto e urbanista cabe relacionar os aspectos formais e estéticos com as tecnologias da construção para obter um resultado que traga benefícios práticos e visuais, garantindo valor arquitetônico ao espaço de vivência, seja uma edificação isolada ou um conjunto de cheios e vazios urbanos. Mas, será que esta habilitação profissional é suficiente para qualificar a prática arquitetônica em sua essência? Neste sentido, talvez a essência da arquitetura seja, justamente, o tom poético interpretado pelo arquiteto na materialização do ambiente construído. Um ambiente de nuances espaciais, relacionando objetos e sujeitos, em um estado de equilíbrio e harmonia, entre cheios e vazios, matéria e valor simbólico. Talvez, esta essência seja melhor percebida nas obras de arquitetos e arquitetas consagrados, que marcaram a história da arquitetura brasileira: Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi, entre tantos outros. Na prática do cotidiano, quando perguntam sobre a essência da arquitetura, suas formas e funções espaciais, tentamos explicar que esta é uma complexa variável. Isso se deve ao fato de que, para se construir um bom edifício devemos observar várias peculiaridades como, a topografia, os fatores climáticos, os edifícios vizinhos e o espaço configurado pelo bairro, os materiais, que frequentemente são utilizados para se construir em uma determinada região e, principalmente, as necessidades humanas. Assim, se percebermos que a criação de edifícios é um forte condicionante na maneira como percebemos e vivemos no mundo, podemos concluir que a arquitetura também é poesia, através dos rabiscos que criam obras e transmitem a vitalidade humana, que age em nossos sentidos e contribui para o sentimento de proteção e conforto, principalmente, para quem vive adaptado à cidade. Desta maneira, podemos supor que a essência da arquitetura não está apenas na responsabilidade dos arquitetos, urbanistas e daqueles que planejam e constroem a cidade. Mas, complementa-se com a participação dos moradores e usuários, que usufruem do espaço arquitetônico e urbano, devendo assumir sua responsabilidade entre o que podem desempenhar de melhor na relação espacial com a sua comunidade.

Grupo de Publicação em Arquitetura e Urbanismo - Projeto de Extensão da UFFS
Artigo publicado no Jornal Voz Regional/Erechim/RS - 22 de maio de 2013