quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A ESSÊNCIA DA ARQUITETURA NA CIDADE

A arquitetura é uma área de atuação que faz comunicação com as artes, na expressão visual, no suporte de idéias e estilos que marcam um período. Ao mesmo tempo, atende aos aspectos funcionais e técnicos, quando empreende uma obra com base em suas necessidades utilitárias e construtivas.
Ao arquiteto e urbanista cabe relacionar os aspectos formais e estéticos com as tecnologias da construção para obter um resultado que traga benefícios práticos e visuais, garantindo valor arquitetônico ao espaço de vivência, seja uma edificação isolada ou um conjunto de cheios e vazios urbanos. Mas, será que esta habilitação profissional é suficiente para qualificar a prática arquitetônica em sua essência? Neste sentido, talvez a essência da arquitetura seja, justamente, o tom poético interpretado pelo arquiteto na materialização do ambiente construído. Um ambiente de nuances espaciais, relacionando objetos e sujeitos, em um estado de equilíbrio e harmonia, entre cheios e vazios, matéria e valor simbólico. Talvez, esta essência seja melhor percebida nas obras de arquitetos e arquitetas consagrados, que marcaram a história da arquitetura brasileira: Oscar Niemeyer, Affonso Reidy, Vilanova Artigas, Lina Bo Bardi, entre tantos outros. Na prática do cotidiano, quando perguntam sobre a essência da arquitetura, suas formas e funções espaciais, tentamos explicar que esta é uma complexa variável. Isso se deve ao fato de que, para se construir um bom edifício devemos observar várias peculiaridades como, a topografia, os fatores climáticos, os edifícios vizinhos e o espaço configurado pelo bairro, os materiais, que frequentemente são utilizados para se construir em uma determinada região e, principalmente, as necessidades humanas. Assim, se percebermos que a criação de edifícios é um forte condicionante na maneira como percebemos e vivemos no mundo, podemos concluir que a arquitetura também é poesia, através dos rabiscos que criam obras e transmitem a vitalidade humana, que age em nossos sentidos e contribui para o sentimento de proteção e conforto, principalmente, para quem vive adaptado à cidade. Desta maneira, podemos supor que a essência da arquitetura não está apenas na responsabilidade dos arquitetos, urbanistas e daqueles que planejam e constroem a cidade. Mas, complementa-se com a participação dos moradores e usuários, que usufruem do espaço arquitetônico e urbano, devendo assumir sua responsabilidade entre o que podem desempenhar de melhor na relação espacial com a sua comunidade.

Grupo de Publicação em Arquitetura e Urbanismo - Projeto de Extensão da UFFS
Artigo publicado no Jornal Voz Regional/Erechim/RS - 22 de maio de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário