A
cidade é detentora de funções e utilidades, mas ela pode transcender a isso, e
ser pensada também como um lugar para subjetividades, que revelam os
sentimentos e os gostos dos seus habitantes, formando a identidade cultural da
cidade. O arquiteto e urbanista tem essa missão, juntamente com a população e
outros setores da sociedade, de projetar cada espaço a fim de que ele atenda ao
ser humano em todas as suas necessidades.
Hoje,
todos somos habitantes e responsáveis pelo crescimento de nossa cidade. A população,
juntamente com arquitetos, engenheiros e outros profissionais capacitados, devem
buscar soluções viáveis, sustentáveis e que beneficiem o meio ambiente, a
natureza, o ser humano. Expandir o pensamento às gerações futuras, observando
que, o que estamos construindo hoje se refletirá nas consequências do amanhã.
A
sociedade precisa de melhorias na área de segurança pública, no sistema de
saúde, no setor educacional, entre outros. Contudo, com a situação política
atual, isso só ocorrerá se a própria sociedade desejar e se empenhar para
conseguir. Assim também são em outros setores que envolvem a cidade e os
espaços públicos, pois eles são frutos da ação e dos anseios de seus
habitantes. As manifestações que se espalham pelas principais capitais do país são
um forte indício de apropriação do espaço público para promover mudanças, com
garantia de uma cidade com melhor qualidade de vida para os seus moradores.
As
calçadas, ciclovias, áreas de lazer, praças e, em geral, as áreas livres
públicas, podem ser os primeiros locais de investimentos. Lugares onde o
pedestre tenha o seu espaço valorizado, amplo, acessível, abrangente e
utilizável. Reconhece-se que há necessidade de ampliação dessas áreas públicas,
tendo por diretriz um planejamento urbano que atenda a demanda existente, e
faça previsões do futuro crescimento.
A
solução não precisa partir de um início tão complexo. Uma frase do livro “Manual
do Arquiteto Descalço” ilustra bem essa realidade da mudança lançada através de
elementos simples: “Nada é tão complexo quanto querem os vendedores de
complexidade. (…) E eles não sabem que é criando a partir de elementos simples,
fáceis de ser implantados, que teremos o começo de um sistema mais avançado no
futuro.”
A
partir do lançamento de propostas que visam à otimização dos espaços, através
de soluções sustentáveis, agradáveis esteticamente, acessíveis, que garantam a
segurança e atendam as necessidades da comunidade, e tendo o interesse da
própria comunidade, com certeza o resultado disso será um crescimento ordenado
e próspero da cidade. Difícil? Pode ser, mas os desafios costumam mobilizar
diversos setores, sendo a mola mestra para o desenvolvimento.
Paula Gisele Gomes
Acadêmica da UFFS e integrante do PARK:
Publicação em Arquitetura e Urbanismo
Publicado no Jornal Bom Dia - Erechim/RS - 20 de junho de 2013
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